Movimento mais lento

Ritmo de contratações diminui em Santa Maria

Juliana Gelatti

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Os números da criação de vagas de trabalho em Santa Maria atestam: o ritmo de contratações diminuiu no começo deste ano. O mês de abril foi o mais sintomático, com 105 postos fechados. Um ano antes, no mesmo mês havia sido registrado um resultado totalmente oposto, com a criação de 490 vagas. Os setores que mais contribuíram para esse fraco desempenho em 2014 foram a construção civil e o comércio, que também fecharam abril com resultado negativo e o corte de empregos. Mesmo assim, representantes dos dois segmentos não se preocupam com o fenômeno e até consideram normal esse retorno a um ponto de equilíbrio.

O presidente do Sindicato dos Comerciários, Rogério Reis, vê a diferença negativa entre contratações e demissões como um sinal da manutenção do nível de emprego. Se contar o saldo de vagas nos quatro primeiros meses do ano, foram criadas três vagas.
- O número de vagas no comércio vinha aumentando nos últimos anos, com a abertura de empresas grandes como o Carrefour e o BIG, além das lojas, e agora se vê uma estabilização. A demanda por mão de obra em outras áreas também cresceu, por isso o crescimento das vagas tende, agora, a ser menor - comenta Reis.

Construção civil já fechou 149 postos de trabalho este ano

Já na construção civil, o saldo negativo é de 149 empregos cortados de janeiro a abril. E a situação se repete também na contabilidade dos últimos 12 meses, com o fechamento de 85 postos de trabalho.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil, Evandro Zamberlan, dá uma explicação semelhante à de Reis para o seu setor. Para ele, já era de se esperar que o ritmo acelerado de obras que a cidade observou nos últimos dois anos não permanecesse por muito tempo. Abril registrou o fechamento de 102 vagas, o equivalente aos trabalhadores empregados na construção de quatro prédios residenciais.
- As empresas diminuíram o ritmo. Algumas, que construíam dois empreendimentos ao mesmo tempo, agora estão tocando apenas um. Outras resolveram parar as atividades por um tempo, talvez para observar como o mercado se comporta - relata Zamberlan.

Para o coordenador da agência da Fundação Gaúcha do Trabalho e Assistência Social e do Sistema Nacional do Emprego (FGTAS/Sine), Jaderson Maretoli, os dois setores sofrem influência das condições da economia local e nacional:
- A nossa economia não anda crescendo tão rapidamente, logo, os empregos também não aumentarão tão rápido. Agora, com a chegada da renda da safra de grãos às cidades, é possível que o cenário se reverta.

Rotatividade de trabalhadores é marca dos dois segmentos

Tanto comércio quanto construção civil são setores com característica rotatividade de pessoas. Nas lojas e supermercados, isso ocorre porque são poucas as lojas que oferecem plano de carreira, o que faz com que o trabalhador vislumbre o crescimento profissional na troca de empresa:
- O ramo do comércio é muito amplo, e principalmente os jovens aproveitam isso para crescer. Quem é vendedor numa farmácia, por exemplo, busca ganhar experiência até conseguir uma vaga de representante de laboratório - afirma Reis.

Já na construção civil, a chegada de grandes empresas à cidade ou o começo de obras públicas, como duplicações de estradas, acabam movimentando os trabalhadores, principalmente os qualificados:
- Em certas funções, há pouco pessoal qualificado. Por isso, por uma oferta de salário um pouco maior o trabalhador troca de obra.





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